Conhecido por não ser de meias palavras, Drauzio Varella esteve presente no Sempre Um Papo, na última quinta-feira, para lançar seu novo livro: "Teoria das Janelas Quebradas". A obra consiste em uma coletânea de suas crônicas na Folha de S. Paulo. Falou de tudo, e chegou a responder porque não entrou na política até hoje. "Cada um tem que saber onde é seu devido lugar", disparou.
O evento contou com a colaboração da plateia para perguntas ao médico. Drauzio falou da sua nova série, "É bom pra quê?", que vai ao ar no próximo domingo no Fantástico, da Globo. Nela, serão mostradas diversas plantas que são usadas como remédios pelo interior do Brasil. "Remedinhos de plantas não podem ser receitados sem o devido conhecimento." E explicou: "Algumas delas podem ter efeitos contrários ao que se espera".
Embora Drauzio tenha descrito que a situação é bem mais alarmante do que imaginamos, a série, para ele, tem um único objetivo. "Temos que separar o que é crendice de ciência", alertou. E então aproveitou para mostrar sua inestimável inteligência: "Quando você tem espaço na imprensa, você tem que usá-lo com sabedoria", conjecturou o médico.
Hoje, esta sabedoria serve para banalizar a esperança das pessoas de que um dia pudesse haver mudanças. A arte de moldar a vida quase nunca foi pensada em melhorar o lado crítico de uma nação. Não no Brasil. A imprensa está cada vez mais longe de servir o interesse do público, mas sim público. Por trás, o interesse comercial abala qualquer expectativa de que isso seja mentira.
Excessões à parte, a crítica incisiva ao Estado nunca será aprofundada. Os interlocutores são plataformas limitadas de protesto. No caso da série de Drauzio, a crítica possa estar em apenas 1% do que deveria estar. Os meios estão cada vez mais parceiros dos interesses. E, infelizmente, a sabedoria pedida por ele está longe de ser do jeito que cada um dos jornalistas queria...
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